Surpresa?

Surpresa? Nem tanto. Apenas uma constatação: o poder altera comportamentos.

Um exemplo: o ex-presidente Lula.

Sindicalista de carteirinha, ele sempre lutou pelos operários, buscando alternativas de combate aos procedimentos governamentais, contrários aos interesse da classe.

Foi combatido, atacado e chegou a ser preso durante a ditadura militar.

O tempo passou ele acabou se elegendo para presidir o país.

Crítico ferrenho de Fernando Henrique Cardoso, acabou por dar continuidade, inteligentemente, a muitos dos programas existentes.

Passado o período de governo (dois mandatos), ele agora critica seus ex-companheiros que não aceitam o novo valor do sálario-mínimo.

Para Lula está havendo intolerância a acordos pré-estabelecidos entre os sindicalistas e o governo.

Estravagante nos gastos públicos - um governo com 37 ministérios, uma cúpula inchada e desnecessária - - Lula agora se coloca em posição que parece óbvia, considerando a experiência adquirida ao longo dos anos de mandato.

Os tempos mudam comportamento e posições.

O que antes era combatido, passa hoje a ser lema de quem ainda está no poder.

Na política é assim: o que antes era incongruência, na oposição, hoje passa ser dogma de quem

comanda

E a vida segue.

Começa hoje no Brasil mais um ano legislativo. E, infelizmente, começa mal. Num acinte a ética e a justiça deste país, 60 deputados com problemas judicias estão tomando posse nos cargos para os quais foram eleitos, é verdade. Não deveriam nem ser candidatos. Mas, acabaram eleitos por uma parcela da população que não consegue despreender-se da bajulação e dos interesses pessoais. Se um cidadão comum se envolve em algum deslize de conduta, fica à margem de qualquer processo inserido no contesto nacional, até que tenha regularizada sua situação. Com os políticos é diferente. Não precisam dar conta de nada. Adquirem certa imunidade que os privilegia, e por isso, fogem do dever cívico de prestar contas de seus atos. Infelizmente nossa justiça é arcaica e seus membros, nos diversos tribunais, parece não se importarem com isso, pois também são partes integrantes nas benesses que lhes concede a legislação. Legislação esta que é elaborada por pseudos brasileiros, que não se preocupam com as necessidades mais elementares do povo. Com eles é assim: primeiro o meu e, se der, depois o teu. Não sei quais os piores, se os bandidos que infernizam a vida dos cidadãos de bem ou estes políticos que só pensam em se locupletar com o poder.

Duas noticias ruins que irritam quem as lê:

1) - Um Bispo da Igreja Católica, cujo nome não consegui saber e que foi chamado para trabalhar no Vaticano, surpreendeu a todos afirmando que a Presidente Dilma deveria esclarecer sua opções religiosas.

Parece piada.

Será que o nobre religioso não sebe que vivemos uma democracia, onde o livre arbítrio é constitucional?

Fica difícil entender que um religioso, ao invés de cooptar seguidores para sua doutrina, afasta-0s ainda mais, com tal comportamento.

Não é a toa que a religião católica vem perdendo cada vêz mais seguidores!

2) - Divulgado pela imprensa que todos aqueles políticos que ocuparam o cargo de governador, mesmo que só por dez dias, ficaram ou ficam com uma aposentadoria "ad-eternum"? Isto é, para sempre?

Enquanto isso, o governo federal diz que não pode passar o salário mínimo para além dos R$ 540,00.

Já os deputados e senadores, por conta própria, aumentaram seus salários de forma absurda, num acinte aos contribuintes do erário público.

O povo? O trabalhador? Que se dane!!!

Novela

Não sei qual mais emocionante: se a novela do retorno de Ronaldinho Gaucho ao futebol brasileiro ou o Reality Show da Globo, o Big Brother Brasil.

As duas são escrachos de tudo aquilo que fere a suscebilidade e a compreensão humana mais esclarecida.

No meu modesto entender, ambas são de uma probeza incomensuravel, atingindo tão somente a um determinado público, faminto por acontecimentos que chegam as raias do ridículo, da ignorância.

Mas este é o Mundo em que vivemos e, embora não aceitando, cabe-nos digerí-lo, mesmo à distância.

Não sou nenhum "virtuose"como entendedor destes acontecimentos, mas preservo minha santa paciência para coisas que tenham outro sentido, mais voltado para a sensatês e o equilibrio do raciocínio.Para outros caminhos mais seguros, mais úteis, de coisas que não sejam supérfluas e vazias.

Pelo menos eu me esforço para agir assim.

Presidenta.

O Brasil mudou de dono.

Temos agora uma mulher como comandante pela primeira vez na 'história deste pais", plagiando Lula.

Não votei nela e nem no seu adversário, ambos, no meu entender, longe do que penso para fazer as reformas que o país precisa.

De qualquer maneira torço por ela.

Uma ex combatente da ditadura militar precisa agora provar que sua luta não era em vão.

Aguardemos os acontecimentos.

O tempo é o senhor da razão.