quinta-feira, 11 de março de 2010

Nizeta, Cristina (neta) no colo e Nimar (foto 1).
Nizeta e radialista Dakir Polidoro (foto 2), no encerramento das atividades do Adolfo Konder.


NIZETA - O APARECIMENTO DE UM CRAQUE.

Quando em Santa Catarina, como em quase todo o Brasil, o futebol começava a surgir, alguns jogadores começavam também a se destacar como virtuoses no controle da bola com os pés.
Independente da época, encontramos verdadeiros “malabaristas” que encantaram, e encantam, as mais variadas platéias de todas as camadas sociais
Dentre eles quero me ater a um homem que fez do futebol sua maior paixão e que encantou muita gente com performances deslumbrantes, principalmente na década de 40.
Falo de Osny Gonçalves, o NIZETA, também apelidado de “Carrada”, dada a sua magreza e que, por isso mesmo, o fez destacar-se como um dos mais ágeis atacantes do futebol catarinense e, por que não, brasileiro. Apesar de ser de constituição franzina sua “robustez” se assentava na rigidez de seus ossos e músculos, que facilitava sua habilidade em desviar-se dos adversários. Raramente se machucava e, por isso, poucas vezes desfalcou sua equipe.
Foi sondado por vários clubes do Brasil, principalmente do Paraná, mas sempre se manteve alheio às ofertas, por ser muito ligado à família e ao trabalho que executava na então Escola Industrial e Santa Catarina, hoje Centro Federal de Estudos Tecnológico.
Nizeta apareceu para o futebol jogando pelo Íris, no início da década de trinta. Pouco depois foi para o Avai, onde jogou por vários anos, conquistando vários campeonatos da cidade e do estado.
Foi também treinador e dirigente avaiano por um bom período.
Orgulhava-se de ter vestido, a camisa do Avai, time de seu coração. Excepcionalmente, num jogo exibição, colocou o uniforme do Figueirense.
Meio a contragosto aquiesceu aos pedidos dos amigos que torciam pelo seu grande rival. Não gostava muito de falar sobre isto.
Orgulhava-se também de dois feitos conquistados pelo time avaiano: o tetra campeonato da cidade e a vitória de 4 a 2 sobre o Sport de Recife.
O clube pernambucano era formado por excelentes jogadores, entre eles o famoso Ademir de Menezes, Vice-campeão Mundial com a camisa da Seleção Nacional, sendo, inclusive, o artilheiro da Copa de 1950, de triste lembrança para os desportistas brasileiros, e que estava invicto em sua excursão pelo sul do país.
No seu entender, aquele time jogava por música com esta formação: Adolfinho; Fateco e Danda; Minela, Boos e Jair; Filipinho, Nizeta, Bráulio, Tião e Saul. Outros, como Beneval, por exemplo, se incorporaram ao grupo sem tirar dele a qualidade que ostentava.
Este time base, inclusive, ganhou o tetra campeonato da cidade, nos anos de 1942 a 1945.
Durante sua carreira se espelhou sempre em “Galego Beck”, jogador de meio campo, que considerava como um dos melhores que já vira atuar.
Seu nome consta da seleção de todos os tempos de jogadores que atuaram pelo Avai, em votação que envolveu jornalistas esportivos de várias épocas, e que mereceu a seguinte escalação na formação 3, 3, 4: Adolfinho; Loló, Fatéco e Veneza; Procópio. Beck e Zenon; Filipinho, Nizeta, Bráulio e Saul.
Destro, driblava com facilidade e era constantemente corrigido, segundo ele, pelo Treinador Felix Magño, um Uruguaio que deu grande contribuição ao futebol catarinense, pela sua competência como orientador tático e técnico.
Nizeta foi, sem dúvida, e continua sendo, um dos maiores ídolos do futebol catarinense, principalmente do Avai, clube pelo qual jogou de 1942 a 1948. Eu o conheci de perto e posso dizer com propriedade, que, além de um excelente jogador de futebol, sua grande paixão, foi também um homem de muito caráter e muita personalidade, razão do sucesso e prestígio

2 comentários:

  1. O sr. sabe a data de falecimento do Nizeta? abs!

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  2. Caro Felipe. Quero te pedir desculpas por não ter te atendido antes. Problemas de acesso me impediram de ver tua solicitação. Já deves ter conseguido a resposta. De qualquer forma aí vai a informação:
    O excepcional jogador de futebol, um dos melhores de Santa Catarina, nos deixou em 14.08.1993.
    Se puder te atender em outras oportunidades, estou à disposição.
    Vou passar a te acompanhar neta maquininha maravilhosa.
    Um grande abraço.

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